Está disponível para download gratuito, aqui, a interessante revista eletrônica em quadrinhos Interior morto, com a primeira parte de uma novela gráfica de horror, criação de Tiago Braga.
São 35 páginas em cores, com a história ambientada no município de Nanuque, Minas Gerais, na qual um grupo de campistas, ao retornar a sua cidade, acham-na tomada por uma praga zumbi. Apesar do tema que já está ficando recorrente, os desenhos são competentes e algumas cenas inspiradas fazem valer a leitura.
Interior morto é uma edição do blogue Gamo Branco.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Absurdo em dose dupla
Está disponível aqui a edição número 7 da revista eletrônica Contos do absurdo, editada por Alexandre Winck pela Publigibi e focada nos quadrinhos de horror.
São 101 páginas com trabalhos de Alexandre Winck, Daniel Vardi, Igor Santos, Márcio Jung, Luciano Oliveira, Simião, André Roméro, Ronílson Caetano Leal, David Santos, Gabriel Sossai e Daniel Lucávis, além de contos de George dos Santos Pacheco, Raphael Vidigal, Alexandre Winck e Nena Medeiros. Destaque para a hq inédita com Zé do Caixão e a entrevista com a musa gótica Scarllet Sokolova. A capa é assinada por André Martuscelli do Amaral.
Também pode ser baixada gratuitamente aqui, a edição especial Contos do absurdo: Maldição da lua cheia, inteiramente dedicada ao mito do lobisomem. São 100 páginas com quadrinhos de Alexandre Winck, Ronílson Caetano Leal, André Martuscelli do Amaral, João Amador, Nestablo Ramos, Edgar Franco, George dos Santos Pacheco, Luciano Oliveira, Márcio Jung, Lauro Winck, Gustavo B. Rossato e Rubens Jr., além de uma entrevista com o produtor de games Graema Struthers. A capa é de Luciano Oliveira e Daniel Vardi.
Todas as dições anteriores da publicação estão disponíveis gratuitamente no site da revista, aqui.
São 101 páginas com trabalhos de Alexandre Winck, Daniel Vardi, Igor Santos, Márcio Jung, Luciano Oliveira, Simião, André Roméro, Ronílson Caetano Leal, David Santos, Gabriel Sossai e Daniel Lucávis, além de contos de George dos Santos Pacheco, Raphael Vidigal, Alexandre Winck e Nena Medeiros. Destaque para a hq inédita com Zé do Caixão e a entrevista com a musa gótica Scarllet Sokolova. A capa é assinada por André Martuscelli do Amaral.
Também pode ser baixada gratuitamente aqui, a edição especial Contos do absurdo: Maldição da lua cheia, inteiramente dedicada ao mito do lobisomem. São 100 páginas com quadrinhos de Alexandre Winck, Ronílson Caetano Leal, André Martuscelli do Amaral, João Amador, Nestablo Ramos, Edgar Franco, George dos Santos Pacheco, Luciano Oliveira, Márcio Jung, Lauro Winck, Gustavo B. Rossato e Rubens Jr., além de uma entrevista com o produtor de games Graema Struthers. A capa é de Luciano Oliveira e Daniel Vardi.
Todas as dições anteriores da publicação estão disponíveis gratuitamente no site da revista, aqui.
Boca do Inferno 6
Aqueles que frequentam eventos ligados ao horror em São Paulo já devem ter conquistado um exemplar de Boca do Inferno nº6, fanzine de 2 páginas no formato A4, dedicado à divulgação de obscuras obras de cinema do gênero.
Esta edição apresenta textos sobre os filmes Cemeterio del terror (1985), Yellowbrickroad (2010) e O beijo do diabo (1976). O fanzine é representante do saite Boca do Inferno e do blogue Infernotícias, e é distribuído gratuitamente em eventos. Contatos através dos emails marcelomilici@yahoo.com.br e renatorosatti@yahoo.com.br.
Esta edição apresenta textos sobre os filmes Cemeterio del terror (1985), Yellowbrickroad (2010) e O beijo do diabo (1976). O fanzine é representante do saite Boca do Inferno e do blogue Infernotícias, e é distribuído gratuitamente em eventos. Contatos através dos emails marcelomilici@yahoo.com.br e renatorosatti@yahoo.com.br.
QI 127
Está circulando a edição 127 do fanzine Quadrinhos Independentes, editado por Edgard Guimarães. A edição tem 28 páginas e traz artigos sobre o personagem Visg, a revista Uai!!, o quadrinhista Valdecy Ferreira, o moralismo nos quadrinhos e "Considerações sobre fanzines", todos assinados pelo editor. Também publica as seções fixas "Fórum", "Mantendo contato", os lançamentos de fanzines do bimestre em "Edições independentes", algumas hqs curtas e muita divulgação de fanzines e edições alternativas. A capa traz uma ilustração de Guimarães com pequenos detalhes em cores aplicados à mão. A edição ainda encarta o quinto fascículo da ótima série de faroeste Buster.
O QI é distribuído exclusivamente por assinatura. Mais informações com o editor pelo email edgard@ita.br.
O QI é distribuído exclusivamente por assinatura. Mais informações com o editor pelo email edgard@ita.br.
Novidades atômicas
A editora independente Atomic Quadrinhos anunciou a programação de novos títulos a serem publicados no segundo semestre de 2014. Além do Monstros dos Fanzines 3, que sofreu um pequeno atraso, estarão chegando Sombras Especial/Xiloshima, de Júlio Shimamoto (80 páginas), Guerreiros de Ha-kan, de Mozart Couto em estilo mangá (100 páginas) e Michèlle a Vampira Especial, de Emir Ribeiro (80 páginas).
O editor, Marcos Freitas, anuncia ainda que pretende lançar em 2014 pelo menos mais uma edição da série Monstros e outra do fanzine Quadritos, com 100 páginas. E avisa que, em 2015, o Quadritos sofrerá mudanças: passará a ter 40 páginas e será distribuído apenas para assinantes.
As edições podem ser reservadas através do saite da editora, aqui, que dispõe ainda das edições anteriores, e lançamentos exclusivos em formato digital.
O editor, Marcos Freitas, anuncia ainda que pretende lançar em 2014 pelo menos mais uma edição da série Monstros e outra do fanzine Quadritos, com 100 páginas. E avisa que, em 2015, o Quadritos sofrerá mudanças: passará a ter 40 páginas e será distribuído apenas para assinantes.
As edições podem ser reservadas através do saite da editora, aqui, que dispõe ainda das edições anteriores, e lançamentos exclusivos em formato digital.
Somnium 109
Está disponível para download gratuito, a segunda edição inédita em 2014 do fanzine eletrônico Somnium, editado por Ricardo Guilherme dos Santos e publicado pelo Clube de Leitores de Ficção Científica-CLFC.
São 85 páginas recheadas principalmente com contos do gênero, assinados por Tibor Moricz, B. B. Jenitez, Frodo Oliveira, Ricardo França, Alexandre Lobão, Ademir Pascale, Cláudio Villa e Lucio Manfredi.
A edição homenageia a multipremiada escritora americana Ursula K. Le Guin, com resenhas de alguns de seus textos mais conhecidos e alguns artigos sobre ela. Justamente por isso, incomoda o título do texto assinado por Claudia Fusco, "Mulheres sabem escrever" que, por si, soa como uma autocrítica ao machismo do fandom brasileiro, que o próprio CLFC busca representar desde a sua fundação, em 1985. Porque, afinal de contas, Le Guin é uma autora veterana, em atividade desde os anos 1960, e não é a única. Quanto tempo ainda vai demorar para que os fãs brasileiros de ficção científica aceitem com naturalidade o trabalho das escritoras sem caracterizá-lo como algo exótico dentro do segmento?
Completa a edição, um artigo anunciando a sexta edição do Prêmio Argos, organizado pelo CLFC, através do qual os membros do clube apontarão, na sua opinião, os melhores da literatura fantástica nacional no ano de 2013.
A imagem que ilustra a capa é de Frank Hong.
A edição está disponível nos formatos pdf, epub e mobi, que podem ser baixados aqui.
São 85 páginas recheadas principalmente com contos do gênero, assinados por Tibor Moricz, B. B. Jenitez, Frodo Oliveira, Ricardo França, Alexandre Lobão, Ademir Pascale, Cláudio Villa e Lucio Manfredi.
A edição homenageia a multipremiada escritora americana Ursula K. Le Guin, com resenhas de alguns de seus textos mais conhecidos e alguns artigos sobre ela. Justamente por isso, incomoda o título do texto assinado por Claudia Fusco, "Mulheres sabem escrever" que, por si, soa como uma autocrítica ao machismo do fandom brasileiro, que o próprio CLFC busca representar desde a sua fundação, em 1985. Porque, afinal de contas, Le Guin é uma autora veterana, em atividade desde os anos 1960, e não é a única. Quanto tempo ainda vai demorar para que os fãs brasileiros de ficção científica aceitem com naturalidade o trabalho das escritoras sem caracterizá-lo como algo exótico dentro do segmento?
Completa a edição, um artigo anunciando a sexta edição do Prêmio Argos, organizado pelo CLFC, através do qual os membros do clube apontarão, na sua opinião, os melhores da literatura fantástica nacional no ano de 2013.
A imagem que ilustra a capa é de Frank Hong.
A edição está disponível nos formatos pdf, epub e mobi, que podem ser baixados aqui.
Velta, a super-detetive 8
Está disponível a oitava edição da revista em quadrinhos Velta, a super-detetive, dedicada a apresentar aos leitores novos, todas as histórias da mais conhecida super-heroína dos quadrinhos brasileiros, Velta, criada há mais de 40 anos pelo quadrinhista paraibano Emir Ribeiro.
A edição tem 35 páginas e traz duas hqs completas: "Ladrões e assassinos" e "Tentativa de fuga",
enquanto a história "Assaltos ensaiados" aparece em forma de texto. Ainda apresenta curiosidades sobre a personagem e algumas tiras de jornal publicadas em 1976.
Todo o material foi restaurado e colorizado, mas há uma indisfarçável irregularidade na qualidade dos desenhos. Isso porque o autor está apresentando as histórias na ordem cronológica da mitologia da personagem, e não na ordem em que foram criadas e publicadas originalmente. E vou confessar aqui algo que já disse ao autor em outra oportunidade: pessoalmente, gosto das histórias mais antigas, que têm os desenhos ainda imaturos, contudo, mais espontâneos aos meus olhos.
A edição é produzida pelo blogue Rock & Quadrinhos e pode ser baixada gratuitamente aqui.
A edição tem 35 páginas e traz duas hqs completas: "Ladrões e assassinos" e "Tentativa de fuga",
enquanto a história "Assaltos ensaiados" aparece em forma de texto. Ainda apresenta curiosidades sobre a personagem e algumas tiras de jornal publicadas em 1976.
Todo o material foi restaurado e colorizado, mas há uma indisfarçável irregularidade na qualidade dos desenhos. Isso porque o autor está apresentando as histórias na ordem cronológica da mitologia da personagem, e não na ordem em que foram criadas e publicadas originalmente. E vou confessar aqui algo que já disse ao autor em outra oportunidade: pessoalmente, gosto das histórias mais antigas, que têm os desenhos ainda imaturos, contudo, mais espontâneos aos meus olhos.
A edição é produzida pelo blogue Rock & Quadrinhos e pode ser baixada gratuitamente aqui.
Juvenatrix 162
Está circulando a nova edição do fanzine de horror e ficção científica Juvenatrix, editado por Renato Rosatti. A publicação, que é distribuída gratuitamente em formato digital, tem 13 páginas e traz contos de Douglas S. Mesquita e Rita Maria Felix da Silva, uma história em quadrinhos de Angelo Junior – artista que sempre foi muito presente nos fanzines e estava ausente há tempos – e um artigo sobre o filme O castelo assombrado (1963), de Roger Corman. Também traz notícias e divulgações de fanzines, publicações alternativas e bandas de rock extremo. A ilustração da capa é de Maurício Tadeu. Para obter uma cópia, basta solicitar ao editor pelo email renatorosatti@yahoo.com.br.
Megalon 49
Está novamente disponível, agora no formato digital, a edição 49 do saudoso fanzine de ficção científica e horror Megalon, publicado originalmente em junho de 1998 por Marcello Simão Branco.
E esta é uma edição de significado histórico particular. A começar pelos ótimos contos publicados, assinados por Roberto de Sousa Causo, Adriana Simon e José dos Santos Fernandes, especialmente este último, uma peça de rara qualidade que está entre os melhores textos já escritos na fc&f brasileira. E como se não bastasse, um interessante e produtivo debate, ainda hoje relevante, entre Lucio Manfredi e Ivan Carlos Regina, repercutindo uma discussão maior que envolveu boa parte do fandom na época, sobre as propostas e perspectivas do "Manifesto Supernova", também conhecido como Movimento Antropofágico da Ficção Científica Brasileira. Tão relevante que o assunto está na pauta de uma palestra que o escritor americano radicado no Brasil, Kristopher Kastensmidt, fará sobre o indianismo na fantasia brasileira, a ser proferida na Loncon 3, a 72ª World Science Fiction Convention.
Mas não é só. Também há artigos sobre a IV HorrorCon, H. P. Lovecraft, ficção alternativa, resenhas, notícias e divulgação de eventos e publicações da época. A capa traz uma ilustração de Cerito, inspirada no conto de Fernandes comentado acima.
O Megalon 49 pode ser baixado gratuitamente aqui, assim como um arquivo bônus disponibilizado pelo editor, com documentos de época sobre o projeto Intempol, mundo compartilhado criado por Octávio Aragão que atraiu muitos seguidores.
E esta é uma edição de significado histórico particular. A começar pelos ótimos contos publicados, assinados por Roberto de Sousa Causo, Adriana Simon e José dos Santos Fernandes, especialmente este último, uma peça de rara qualidade que está entre os melhores textos já escritos na fc&f brasileira. E como se não bastasse, um interessante e produtivo debate, ainda hoje relevante, entre Lucio Manfredi e Ivan Carlos Regina, repercutindo uma discussão maior que envolveu boa parte do fandom na época, sobre as propostas e perspectivas do "Manifesto Supernova", também conhecido como Movimento Antropofágico da Ficção Científica Brasileira. Tão relevante que o assunto está na pauta de uma palestra que o escritor americano radicado no Brasil, Kristopher Kastensmidt, fará sobre o indianismo na fantasia brasileira, a ser proferida na Loncon 3, a 72ª World Science Fiction Convention.
Mas não é só. Também há artigos sobre a IV HorrorCon, H. P. Lovecraft, ficção alternativa, resenhas, notícias e divulgação de eventos e publicações da época. A capa traz uma ilustração de Cerito, inspirada no conto de Fernandes comentado acima.
O Megalon 49 pode ser baixado gratuitamente aqui, assim como um arquivo bônus disponibilizado pelo editor, com documentos de época sobre o projeto Intempol, mundo compartilhado criado por Octávio Aragão que atraiu muitos seguidores.
domingo, 24 de agosto de 2014
Anna, a zumbi
Anna, a zumbi, de Isabela Antonelli da Silva, mostra que nem mesmo um morto-vivo está livre de ser assombrado.
Publicada pelo projeto Fanzines de São Bernardo do Campo, a edição está disponível gratuitamente em versão digital. Para ler, basta clicar na imagem da capa.
Publicada pelo projeto Fanzines de São Bernardo do Campo, a edição está disponível gratuitamente em versão digital. Para ler, basta clicar na imagem da capa.
Os defensores de Ryosan
Os defensores de Ryosan, de Felipe Rossignoli do Carmo, é inspirado nos mangás de luta.
Publicada pelo projeto Fanzines de São Bernardo do Campo, a edição está disponível gratuitamente em versão digital. Para ler, basta clicar na imagem da capa.
Publicada pelo projeto Fanzines de São Bernardo do Campo, a edição está disponível gratuitamente em versão digital. Para ler, basta clicar na imagem da capa.
Legião de anjos
Legião de anjos, de Carlos Alberto Conceição dos Santos, apresenta uma história de oito páginas, sem balões, sobre a eterna luta entre o bem e o mal.
Publicada pelo projeto Fanzines de São Bernardo do Campo, a edição está disponível gratuitamente em versão digital. Para ler, basta clicar na imagem da capa.
Publicada pelo projeto Fanzines de São Bernardo do Campo, a edição está disponível gratuitamente em versão digital. Para ler, basta clicar na imagem da capa.
Bem-vindos ao Fanzinarium!
Os fanzines ainda são uma novidade para muita gente.
Durante um longo período, as pessoas achavam que fanzine era um programa de televisão, devido a uma produção de grande sucesso na TV Cultura nos anos 1980, que popularizou o termo. Contudo, os fanzines antecedem muito a esse programa.
A palavra 'fanzine' é contração do termo em inglês fanatic magazine, em português, revista de fãs, publicações independentes, geralmente mimeografadas, que davam vazão ao interesse de vários segmentos de fãs. Os primeiros fanzines surgiram nos EUA, sendo o primeiro deles chamado The Comet, voltado à literatura de ficção científica, ambiente pródigo nesse tipo de publicação. Muitos escritores importantes, como Ray Bradbury, por exemplo, foram editores de fanzines no início de suas carreiras.
Os fanzines chegaram ao Brasil nos anos 1960, na forma de boletins de fã-clubes. Sua disseminação ampliou no final dos anos 1970, com o movimento punk, que tinha na produção independente um de seus fundamentos filosóficos.
Com a disponibilidade da tecnologia reprográfica, os fanzines ganharam dinamismo e multiplicaram-se, com um crescimento explosivo nos anos 1980, principalmente no campo dos quadrinhos, arte que estava mergulhada numa profunda crise comercial, ainda hoje sentida. Artistas sem espaço para publicar profissionalmente, lançaram mão dos fanzines para continuar produzindo ou para iniciar-se na carreira. Centenas de personagens e artistas nasceram e cresceram nos fanzines brasileiros, que eram distribuídos pelo correio ou vendidos de mão em mão, numa verdadeira rede-social analógica.
Com a chegada da internet, os fanzines adaptaram-se. Alguns tornaram-se saites, outros, blogues, outros ainda, ebooks. Uns poucos, que insistiram em seguir no formato real, estão hoje recuperando leitores e prestígio, pois as tecnologias atualmente disponíveis permitem a publicação de fanzines de ótima qualidade gráfica, compatíveis com as publicações comerciais, vendidas em bancas e livrarias.
Mas o que torna os fanzines realmente interessantes é o fato deles permitirem que qualquer pessoa possa criar e sustentar uma mídia para veicular suas ideias, que podem ser divulgadas dentro de pequenas comunidades com um custo acessível, e o exercício desse diálogo ajuda a construir identidade, cultura e consciência, tanto dos leitores quanto dos próprios editores.
Apoiado nesses princípios é que, em 2013, submeti ao edital do Vai-Valorização de Iniciativas Culturais, do município de São Bernardo do Campo, o projeto Fanzines de São Bernardo, voltado ao fomento da produção de fanzines na cidade, especialmente de histórias em quadrinhos, através de uma série de oficinas espalhadas nos espaços públicos. O projeto foi aprovado e os trabalhos iniciaram em 2014, com uma oficina na Gibiteca Municipal Eugênio Colonnese, na qual foram produzidos os primeiros fanzines do programa.
O Fanzinarium vai mostrar o trabalho deste projeto, acompanhando os resultados das oficinas, mas não apenas isso. Também vai disponibilizar gratuitamente todos os fanzines produzidos, e manter o leitor informado sobre os lançamentos de outros fanzines.
Seja bem vindo a aventura.
Durante um longo período, as pessoas achavam que fanzine era um programa de televisão, devido a uma produção de grande sucesso na TV Cultura nos anos 1980, que popularizou o termo. Contudo, os fanzines antecedem muito a esse programa.
A palavra 'fanzine' é contração do termo em inglês fanatic magazine, em português, revista de fãs, publicações independentes, geralmente mimeografadas, que davam vazão ao interesse de vários segmentos de fãs. Os primeiros fanzines surgiram nos EUA, sendo o primeiro deles chamado The Comet, voltado à literatura de ficção científica, ambiente pródigo nesse tipo de publicação. Muitos escritores importantes, como Ray Bradbury, por exemplo, foram editores de fanzines no início de suas carreiras.
Os fanzines chegaram ao Brasil nos anos 1960, na forma de boletins de fã-clubes. Sua disseminação ampliou no final dos anos 1970, com o movimento punk, que tinha na produção independente um de seus fundamentos filosóficos.
Com a disponibilidade da tecnologia reprográfica, os fanzines ganharam dinamismo e multiplicaram-se, com um crescimento explosivo nos anos 1980, principalmente no campo dos quadrinhos, arte que estava mergulhada numa profunda crise comercial, ainda hoje sentida. Artistas sem espaço para publicar profissionalmente, lançaram mão dos fanzines para continuar produzindo ou para iniciar-se na carreira. Centenas de personagens e artistas nasceram e cresceram nos fanzines brasileiros, que eram distribuídos pelo correio ou vendidos de mão em mão, numa verdadeira rede-social analógica.
Com a chegada da internet, os fanzines adaptaram-se. Alguns tornaram-se saites, outros, blogues, outros ainda, ebooks. Uns poucos, que insistiram em seguir no formato real, estão hoje recuperando leitores e prestígio, pois as tecnologias atualmente disponíveis permitem a publicação de fanzines de ótima qualidade gráfica, compatíveis com as publicações comerciais, vendidas em bancas e livrarias.
Mas o que torna os fanzines realmente interessantes é o fato deles permitirem que qualquer pessoa possa criar e sustentar uma mídia para veicular suas ideias, que podem ser divulgadas dentro de pequenas comunidades com um custo acessível, e o exercício desse diálogo ajuda a construir identidade, cultura e consciência, tanto dos leitores quanto dos próprios editores.
Apoiado nesses princípios é que, em 2013, submeti ao edital do Vai-Valorização de Iniciativas Culturais, do município de São Bernardo do Campo, o projeto Fanzines de São Bernardo, voltado ao fomento da produção de fanzines na cidade, especialmente de histórias em quadrinhos, através de uma série de oficinas espalhadas nos espaços públicos. O projeto foi aprovado e os trabalhos iniciaram em 2014, com uma oficina na Gibiteca Municipal Eugênio Colonnese, na qual foram produzidos os primeiros fanzines do programa.
O Fanzinarium vai mostrar o trabalho deste projeto, acompanhando os resultados das oficinas, mas não apenas isso. Também vai disponibilizar gratuitamente todos os fanzines produzidos, e manter o leitor informado sobre os lançamentos de outros fanzines.
Seja bem vindo a aventura.
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